quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

PESQUISA - GRUPO PRIMAVERA

- O que é moda?

Segundo o dicionário Aurélio, moda é:
1. o uso, hábito ou estilo ger. aceito, variável com a época, e resultante de determinado gosto, meio social, região, etc.
2. Uso passageiro que regula a forma de vestir, etc.
3. Arte e técnica do vestuário.

A palavra "moda" vem do latim modus, significando "modo", "maneira".

A moda é um sistema que acompanha o vestuário e o tempo, que integra o simples uso das roupas no dia-a-dia a um contexto maior, político, social, sociológico.

Segundo o filósofo Manuel Fontán de Junco, "conseguiu estabelecer uma ponte entre a beleza e a vida. A moda é uma arte que se usa, que se leva para a rua; é uma arte de consumo a que todos têm acesso". E é fundamentalmente uma arte humana. Uma arte feita por e para o homem.

Muitos sentem-se manipulados pela moda. "Estar na moda" parece ser coisa para uma elite (econômica, social e cultural) e, portanto, mobiliza certa raiva por parte de quem está "de fora". Esquece-se que há também a moda dos guetos, dos nichos, a moda da contracultura, alternativa, anticonformista, de protesto.


- A moda Mineira


Como surgiu a moda em Minas

A moda mineira começa a se definir em Belo Horizonte, na década de 30, com a instalação de lojas no centro da cidade - na época área nobre - que vendiam o estilo europeu. A Casa Royal vendia moda dos estilistas europeus Paul Poiret e madame Vionnet, esta útlima precursora de Coco Chanel.

Paul Poiret© Metropolitan Museum of Art

Paul Poiret - francês que no início do século XX, revolucionou a moda, eliminando o espartilho do vestuário feminino e adotando estamparias extravagantes e toques orientais. Considerado o primeiro fashionista da moda e criador de uma extensão de linha de produtos - perfumes e objetos de decoração - que levavam a sua marca.


Madame Vionnet - nos anos 20, conhecida por criar roupas com corte e caimento impecáveis, pois acreditava que o vestido não deveria apenas cair sobre o corpo, mas respeitar as suas linhas. Segundo ela, o vestido deve acompanhar a usuária, e “ se ela rir, o vestido deve rir com ela”. No seu tempo, Madeleine Vionnet foi pioneira do processo de drapeados, inventando o corte em viés e confeccionando vestidos a partir de um único pedaço de tecido, valorizando a fluidez das formas ( uso de tecidos como seda, musseline, cetim ). Preocupada com o plágio, fotografava todas as suas peças de frente, de perfil e de costas e arquivava tudo num “livro de direitos ao autor”. Chegou a gravar suas digitais nas etiquetas.


História da moda mineira

Na década de 50 surgem as lojas mais modernas. A americanizada Sloper foi a primeira loja de departamentos na Rua dos Andradas. A Sibéria era mais sofisticada e localizava-se na Avenida Afonso Pena ( vendia até peles no inverno ) e cedia as roupas para os desfiles beneficentes da sociedade vigente.

Nos anos 60, lojas tradicionais como a Sibéria foram fechadas e começam a surgir outros tipos de lojas mais populares, mudando o perfil do comércio do centro da capital. Uma novidade foi a loja Guanabara que anunciava seus lançamentos no Jornal Estado de Minas.

Os desfiles beneficentes forma substituídos por desfiles profissionais, com a contratação de modelos formadas pela Socila – escola de etiqueta e boas maneiras – e por desfiles de butiques para seus clientes exclusivos.

Em 1980 surge o Grupo Mineiro de Moda, uma cooperativa de marcas ( algumas eram pequenas confecções ) que pretendia apresentar as suas coleções e chamar a atenção do eixo Rio – São Paulo. Durou 15 anos, fez crescer a indústria local e apresentou novos talentos :

  • Art-I-Manha (Mabel Magalhães)
  • Patachou (Terezinha Santos)
  • Renato Loureiro
  • Art Man (Luiza Magalhães e Márcia Corrêa)
  • Allegra (Sheila Mares Guia atual estilista da M.Guia)
  • Bárbara Bella (Helen de Carvalho)
  • Comédia (Liana Fernandes)
  • Eliana Queiroz
  • Mônica Torres,
  • IBZ (Nem Campos)
  • Printemps
  • Straccio
  • Frizon
  • Giácomo e Roberta (criadores da marca Bula)

Os catálogos de moda eram produzidos fora do estado, devido à falta de profissionais na área , inclusive fotógrafos de moda.

Após o Grupo Mineiro de Moda, surge uma nova geração de estilistas como Ronaldo Fraga, Eduardo Suppes, Jotta Sybbalena, Rodrigo Fraga, Victor Dzenk e Martielo Toledo.

“O grupo existiu até se firmar como movimento de Moda. Hoje já não existe mais, devido ao seu principal foco que era criar um trafego de Moda mineira, ter sido alcançado. Cada um de seus fundadores ainda atua no ramo da Moda, mas em áreas diferentes ou mesmo a frente de outras confecções “.

Renato Loureiro- para Isto é Gente - 2005

Em 2005, a revista Isto é Gente, destacou o retorno de Minas no circuito de Moda, após uma lacuna de mais de 20 anos ( desde o apogeu do Grupo mineiro de moda nos anos 80 ) pelas mãos de Ronaldo Fraga. no Festival MinasCult com um desfile na Praça da Liberdade, inspirado na obra de Carlos Drumond de Andrade.

No mesmo evento, Eduardo Suppes e outros estilistas surpreenderam no desfile coletivo com luxuosas pin-ups no Museu de Arte da Pampulha, resgatando as roupas das garotas do Alceu Penna- ilustrações da extinta revista Cruzeiro dos anos 50 - o glamour dos anos dourados.

Hoje a moda não é considerada como futilidade, é importante na economia, gerando lucro e empregos em vários segmentos. Além de abordar temas como cultura, estética, sociologia, antropologia, psicologia, economia, marketing, tecnologia, etc.

Minas Gerais é considerado o terceiro pólo de moda do país, um celeiro de talentosos estilistas criativos, originais e de vanguarda, muitos dois quais despontaram com o grupo mineiro de Moda e são reconhecidos dentro e fora do país.

“ Minas têm mistura brasileira de modernidade e tradição. Berço de importantes manifestações artísticas, há identidade, uma cultura traduzida em roupa. “

Lorena Andrade - Design de Moda



- Estilistas Mineiros


A sensualidade nas roupas de Victor Dzenk

Aos 18 anos o estilista mineiro Victor Dzenk trabalhou para a empresa Rolla Tecidos em Belo Horizonte, mais conhecida como Casa Rolla. Aos 20, foi para Paris e ingressou na ECORE SUPERIEURI DE MODA. Mesmo na França o estilista continuou desenvolvendo um trabalho de consultoria para marcas mineiras. Quando retornou ao Brasil em 1992, lançou a marca perfecto e só em 1998 nasceu a famosa marca Victor Dzenk. Em 2003, fez sua primeira participação no Fashion Business, a bolsa de negócios do Fashion Rio, e em 2004 veio a primeira participação no Fashion Rio.

Com peças direcionadas ao público feminino jovem, as coleções desfiladas nas passarelas de Victor são marcadas pelos toques de ousadia, glamour e sensualidade. Inovador, foi o primeiro a utilizar o recurso da estamparia digital (sua marca registrada!).

Para o Inverno de 2010, a mitologia grega foi a inspiração da coleção de Dzenk. Leves, as peças desta coleção também não abandonam o toque de glamour, ponto forte da marca.

Curiosidade: Badalado que só, o estilista confeccionou o vestido de noiva de Marilene Saad em seu casamento com o ator Stenio Garcia, e desde novembro de 2008 ele cria os figurinos dos shows de Preta Gil.


A simplicidade da mineira Graça Ottoni

Mineira de Teófilo Otoni, a estilista Graça Ottoni chegou a Belo Horizonte aos 15 anos de idade para estudar Belas Artes e Administração de empresas. Graça diz gostar das coisas simples da vida e ser uma apaixonada por doces. Em Belo Horizonte, adora caminhar principalmente no bairro de Lourdes onde se localiza uma de suas lojas, e adora também pensar no tempo, gosta do dia a dia, do trabalho e de colocar a mão na massa e ver suas coleções tomando forma.

Graça Ottoni se destaca cada vez mais no mundo da moda brasileira. Criativa, sóbria e versátil, ela é responsável por criar roupas confortáveis para mulheres modernas usarem no dia a dia ou em ocasiões especiais. Esse ano sua marca completa 30 anos, e por trás da estilista existe uma equipe de alto gabarito, especializada em atender um público cada vez mais exigente. Sua fábrica tem endereço na capital mineira e possui 45 funcionários. Tudo é acompanhado de perto por Graça, desde o desenvolvimento até o acabamento final. Com muita qualidade e eficiência a grife se diferencia, tendo como filosofia crescer cada vez mais e sem perder a verdadeira essência que a fez tornar o que é hoje. A empresa Graça Ottoni trabalha hoje com três marcas: Graça Ottoni (madura), GO (moda jovem) e Gracinha infantil. Em ascensão, a empresa conta com aproximadamente 120 pontos de vendas.

Coleção Primavera/Verão 2010-2011


Renato Loureiro

Um dos fundadores do “Grupo Mineiro de Moda”, Renato Loureiro nunca escondeu o apego às suas raízes. Apaixonado pelo artesanato mineiro, o mesmo se faz presente em praticamente todas as suas coleções.

Dentre suas coleções desfiladas mais importantes, vale destacar o desfile de inverno 2004. O estilista apresentou um desfile em que a simplicidade e delicadeza das peças, fazia jus à atmosfera Jockey Club que foi criada – com direito até à entrada de cavalos na passarela.


Momento da entrada de um cavalo na passarela de Renato Loureiro


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